Lipoproteína A no risco cardíaco

O apresentador e instrutor de fitness do Biggest Loser, Bob Harper, falou abertamente sobre sua recuperação após sofrer um ataque cardíaco muito sério, no ano de 2017. Ele era considerado um ícone da saúde – instrutor de fitness, guru nutricional, atleta e só tinha cinquenta e poucos anos. Apesar de toda a vida saudável, Bob Harper tinha níveis geneticamente elevados de lipoproteína A – Lp(a).

O termo lipoproteína é uma espécie de termo geral para um glóbulo de ácido graxo associado à proteína que é embalado de forma que possa ser facilmente transportado por todo o corpo. As lipoproteínas incluem colesterol de baixa densidade e alta densidade. Vários estudos recentes sugerem que níveis elevados de Lp (a) aumentam o risco de doença coronariana duas a três vezes, mesmo nos indivíduos mais jovens. A história familiar é um importante indicador de risco de doença cardíaca, especialmente quando há relato de um ataque cardíaco antes dos 35 anos.

Os pesquisadores descobriram que a história familiar, de fato, desempenha um papel importante através da herança de uma variante genética que aumenta os níveis de lipoproteína (a), e que os níveis de Lp (a) são estimados por terem um componente de hereditariedade que chega em 90%. Portanto, a avaliação de marcadores genéticos pode ser importante na determinação do risco de problemas cardiovasculares. Além disso, a associação de marcadores genéticos específicos de risco cardiovascular, como o gene LPA, com marcadores inflamatórios pode aumentar o potencial preditivo da genética e melhorar a medicina de precisão.

Um estudo recente na Índia, chamado “Lipoprotein(a): An underrecognized genetic risk factor for malignant coronary artery disease in young Indians” e publicado em 2017, mostrou que níveis elevados de Lp(a), definidos como acima de 50 mg/dl, aumentam o risco de doença arterial coronariana em pessoas mais jovens. Esse aumento pode ser de 2 a 3 vezes maior.

Existem dúvidas e controvérsias sobre o papel que o colesterol desempenha nas doenças cardíacas, e isso pode confundir o entendimento de algumas pessoas sobre a Lp(a). Porém, são inúmeras as pesquisas que apontam a Lp(a) como fator de risco em ataque cardíaco repentino, estreitamento das artérias, acidente vascular cerebral e estenose aórtica. Além disso, níveis reduzidos de Lp(a) estão associados a um menor risco de insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, doença vascular e estenose aórtica.

Outro dado interessante é que estudos genéticos mostram que as variantes associadas ao aumento dos níveis de Lp(a) se correlacionam com uma expectativa de vida mais curta. Ao calcular a média de informações de mais de 100.000 pessoas, a presença de uma variante genética Lp(a) causou uma diminuição média na expectativa de vida de 1,5 anos.

Variantes genéticas que influenciam os níveis de Lipoproteína A

O gene LPA controla a formação da molécula de lipoproteína (a). e algumas variantes no gene LPA fazem com que o corpo produza mais Lp(a). Existem duas variantes principais no gene LPA que são responsáveis por cerca de 40% da variação nos níveis da lipoproteína.

Estudos também mostraram que carregar um alelo de risco em cada um dos SNPs acima – heterozigotos – também dobrou o risco de estenose aórtica.

Variantes genéticas que aumentam os níveis de colesterol LDL também estão associadas a níveis mais elevados de Lp (a).

E o que fazer se eu tiver a variante de risco no gene da lipoproteína(a)?

Em primeiro lugar, um risco genético não indica certeza da ocorrência de um problema de saúde, mas informa sobre uma predisposição. Mutações no gene LPA são bem comuns, porém, apesar de comuns são um excelente motivo para fazer mudanças no seu estilo de vida, para diminuir o risco de doenças cardíacas. Os melhores conselhos são: pare de fumar, controle o consumo de álcool, seja ativo, alimente-se de maneira saudável e reduza o estresse.

Existem algumas terapias muito estudadas para alto Lp(a), como:

  • A aférese, realizada através de um equipamento que remove as partículas de LDL, é considerada eficaz, mas cara e inconveniente.
  • Foi demonstrado que as estatinas elevam um pouco os níveis de Lp(a). Já os medicamentos para redução do colesterol mais recentes, como os inibidores de PCSK9, demonstraram ser eficazes na redução da Lp(a).
  • Um estudo com mais de 20.000 mulheres analisou os efeitos da aspirina nas doenças cardíacas. Os resultados do estudo mostraram que as mulheres que carregavam uma ou duas cópias do alelo de risco LPA reduziram o risco de ataque cardíaco com a terapia com aspirina. As mulheres sem Lp(a) elevada não tiveram benefício estatístico com a aspirina.
  • Novas pesquisas: estudos clínicos de Fase III estão em andamento para um novo medicamento que tem como alvo a Lp(a) com um oligonucleotídeo antisense (Leia o estudo).
  • A niacina (vitamina B3) é usada há décadas para diminuir o risco de doenças cardíacas. Estudos mostram que 1-3 g/dia de niacina reduz os níveis de Lp(a) em uma média de 30-40%.
  • De modo geral, reduzir os números do colesterol LDL pode ajudar a diminuir a Lp(a), já que a Lp (a) é a transportadora do LDL.
  • Um estudo mostrou que o Gingko Biloba reduziu os níveis de Lp(a). O estudo usou 120 mg, duas vezes ao dia, e mostrou uma diminuição de 23% na Lp(a).
  • A berberina demonstrou diminuir os níveis de colesterol, bem como os níveis de Lp(a).
  • Um ensaio clínico mostrou que uma dieta rica em vegetais, com aumento no consumo de frutas, vegetais, nozes, sementes, e grãos inteiros durante 4 semanas reduziu a Lp(a) em uma média de 16%. O estudo observa que a redução na Lp(a) é semelhante ao efeito do uso de niacina ou um inibidor de PCSK9.

Referências

  1. https://evidence.nihr.ac.uk/alert/being-overweight-or-obese-is-linked-with-heart-disease-even-without-other-metabolic-risk-factors/
  2. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109716372540
  3. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0019483219300197?via%3Dihub
  4. https://link.springer.com/article/10.1007/s11789-019-00093-5
  5. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0902604
  6. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2796.2012.02592.x
  7. https://link.springer.com/article/10.1007/s11789-019-00093-5
  8. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0019483218312781
  9. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S073510971636781X
  10. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7049087/
  11. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24161338/
  12. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29096859/

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Respostas para: "Lipoproteína A no risco cardíaco"

Uma resposta

  1. eu tenho isso bem alto no meu exame de sangue, nem sabia que era perigoso assim… vou comprar esses suplementos pra tomar!

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