A ocitocina, um hormônio produzido na região do hipotálamo do cérebro, é frequentemente referido como o “hormônio do amor”, pois está envolvido na ligação entre pais e bebês, reconhecimento das emoções dos outros e envolvimento social geral. A síntese da ocitocina ocorre em uma série de etapas, começando com o gene OXT, que cria o precursor inativo necessário para que seja produzido o hormônio. A ativação final da ocitocina ocorre devido à catalisação realizada por uma enzima chamada PAM, que necessita de vitamina C como cofator.
Em estudos de genética comportamental, as variantes que diminuem a produção de ocitocina demonstraram diminuir a sensibilidade social e a empatia de uma pessoa. É por isso que a análise da ocitocina é comumente referida em painéis genéticos como análise da empatia.
1. A biologia da ocitocina
A síntese da ocitocina ocorre em uma série de etapas, começando com o gene OXT, que cria o precursor inativo necessário para que seja produzido o hormônio. A ativação final da ocitocina ocorre devido à catalisação realizada por uma enzima chamada PAM, que necessita de vitamina C como cofator.
Produzida a ocitocina, ela precisa se ligar a um receptor para que cumpra a sua função. O receptor da ocitocina é uma proteína conhecida como OXTR e algumas variantes genéticas comuns nesse receptor influenciam os níveis de ocitocina nos seres humanos.
2. Como a ocitocina é controlada?
A produção e secreção de ocitocina são controladas por um mecanismo de feedback positivo, ou seja, a liberação do hormônio causa uma ação que estimula ainda mais sua própria liberação. Por exemplo, quando a contração do útero começa durante o parto, a ocitocina é liberada. Isso estimula mais contrações, que por sua vez, aumenta a produção de ocitocina. Durante a fase de amamentação também há uma ação de feedback positivo, em que a estimulação do mamilo durante a amamentação leva ao aumento da produção e secreção de ocitocina no sangue, o que faz com que o leite seja ejetado. Na amamentação o ciclo de feedback positivo é mantido até que o bebê pare de sugar. Mas afinal, o que é ocitocina?
A ocitocina é um hormônio produzido no cérebro, que tem papel importante para facilitar o parto e a amamentação. Durante o parto, a produção de ocitocina é alta para permitir que o colo do útero relaxe e cause contrações.
Curiosamente, a ocitocina também atravessa a placenta e atua nos neurotransmissores do bebê, preparando-o para o nascimento.
Fora dos papéis fisiológicos no parto, a ocitocina atua no cérebro como um neuropeptídeo e influencia a atividade social e os laços de grupo. Ela também é importante na plasticidade sináptica dos neurônios do cérebro, tornando-a vital para a memória e o aprendizado.
3. Variantes genéticas: o que dizem os estudos?
Apesar dos altos níveis da substância estarem relacionados com a maior empatia, apresentar níveis reduzidos de ocitocina também tem suas vantagens, uma vez que estudos demonstram que existe um resultado positivo em ter maior controle emocional, especialmente quando o ambiente não é tão equilibrado. Variantes genéticas ligadas a menor empatia tendem a aumentar a resiliência do indivíduo diante traumas, como maus-tratos na infância.
Uma das variantes mais estudadas do tópico comportamental no gene OXTR ocorre por uma troca de bases de alelo G para A. Estudos demonstraram que os indivíduos com o alelo G, ou seja, aqueles com atividade normal do gene, são mais empáticos, sentem-se menos solitários, empregam técnicas parentais mais sensíveis e têm taxas mais baixas de autismo.
Essa variação genética do receptor de ocitocina está relacionada à forma com que o indivíduo se relaciona socialmente e à reatividade ao estresse em humanos.
Um estudo realizado com 192 participantes de ambos os sexos e etnias mistas apontou que as pessoas com o genótipo GG em um SNP do receptor de ocitocina são mais capazes de discernir o estado emocional de outras pessoas do que aquelas que carregam o alelo A. Neste estudo os sujeitos foram submetidos a uma série de testes para determinar seu nível de empatia e reatividade ao estresse. Dentre os resultados, observou-se que os indivíduos com dois alelos G tiveram um desempenho significativamente melhor na medida comportamental de empatia e foram 22,7% menos propensos a cometer um erro no “Teste de Leitura da Mente nos Olhos“. Além disso, a presença dos alelos G foi relacionada com maior índice de empatia compassiva, que é quando a pessoa percebe a necessidade do outro e se dispõe a ajudar. Os níveis de estresse do grupo também foram avaliados, apontando, mais uma vez, a presença do alelo G como fator positivo.
4. A importância do apoio social
Em um estudo realizado com alemães saudáveis, 203 estudantes passaram por uma espécie de entrevista simulada. Para avaliar os níveis de estresse do grupo, analisou-se os níveis de cortisol na saliva em diferentes momentos da experiência. Metade do grupo foi orientado a comparecer à entrevista com um amigo ou amiga, como forma de apoio social, enquanto o restante compareceu sozinho. Os autores do estudo descobriram que os indivíduos portadores do alelo G (GG ou AG) apresentaram respostas de cortisol significativamente mais baixas ao estresse quando tinham suporte social. Por outro lado, não houve diferenças nos níveis de cortisol em indivíduos com o genótipo AA, recebendo ou não apoio social, o que indica que o portadores do alelo G necessitam, com mais frequência e intensidade, de alguém por perto e são mais sensíveis à exclusão social.
5. Manipulando a mente
O estudo “A associação entre o gene do receptor de ocitocina (OXTR) e a hipnotizabilidade” observou que os participantes com o genótipo GG apresentavam escores mais baixos de hipnotizabilidade e absorção de sugestões do que aqueles com o alelo A.
6. O papel na autoconfiança dos homens
Um estudo realizado com participantes japoneses mostrou que os homens portadores de alelos GG eram mais confiantes e também tinham uma classificação mais elevada de confiança em seu modo de agir do que os homens AA. No entanto, esse padrão não foi observado entre as mulheres.
7. Ruídos muito altos te incomodam?
É reportado em alguns estudos que indivíduos com alelos GG são menos propensos a se assustarem quando atingidos por um ruído alto. O efeito da variante de maior empatia também reflete na resposta posterior ao ruído: portadores dos alelos GG tendem a apresentar menor estresse com a perspectiva de tal ruído.
8. Como regular seu receptor de ocitocina?
Sabe aquela sensação boa que você tem quando brinca com seu pet? Agradeça à ocitocina! Acariciar um cachorro aumenta os níveis de ocitocina tanto nos humanos quanto nos próprios cachorros!
Você não tem um pet? Aproveite as fotos de animais!
Um estudo mostrou que a foto de um cachorro olhando para você pode aumentar os níveis de ocitocina.
A criatividade também está ligada aos níveis de ocitocina, maiores níveis de ocitocina estão relacionados com indivíduos menos inibidos e possivelmente mais criativos!
Suas variantes genéticas da ocitocina não ajudam na sua criatividade? Um estudo duplo-cego controlado por placebo descobriu que a ocitocina intranasal “reduziu o raciocínio analítico e aumentou o processamento holístico, o pensamento divergente e o desempenho criativo”.
Quem canta, os males espanta? Sim! Ouvir música pode aumentar os níveis de ocitocina.
Pensar positivo atrai sensações positivas!
Saiba que os seus pensamentos positivos, de amor e bondade também podem aumentar seus níveis de ocitocina. Talvez seja por isso que todas as teorias de lei da atração tenham funcionado para tantas pessoas! Quando você tem um pensamento de bondade, a sensação de bem-estar gerada pela ocitocina coloca você em um modo positivo de viver e pensar positivo te deixa mais confiante!
Referências:
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20724662/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19376182/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19015103/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22069391/
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