Após mais de 25 anos dedicados ao estudo do HIV, a cientista australiana Sharon Lewin destaca avanços significativos no caminho para uma possível cura do vírus. Como presidente da Sociedade Internacional de AIDS e diretora do Instituto Doherty, Lewin está à frente das pesquisas que exploram abordagens inovadoras para erradicar o HIV.
Entre os avanços mais promissores, a cientista destaca o uso do CRISPR-Cas9, uma ferramenta de edição genética revolucionária, apelidada de “tesouras genéticas”. Essa tecnologia permite remover o HIV do DNA das células infectadas, um marco que anteriormente era considerado impossível. “A ideia de literalmente cortar o vírus fora do DNA humano é algo que há 10 anos parecia ficção científica, mas hoje é uma possibilidade real”, afirma Lewin.
Outra frente de pesquisa envolve a imunoterapia, que busca fortalecer o sistema imunológico dos pacientes, tornando-o capaz de combater e destruir as células que abrigam o HIV. Contudo, Lewin enfatiza que os maiores desafios permanecem: “A principal barreira para a cura é a existência de reservatórios virais latentes. Mesmo quando o vírus é suprimido, ele se esconde em partes do corpo onde a terapia atual não pode alcançá-lo.”
Embora os resultados preliminares sejam encorajadores, a pesquisadora alerta que ainda há um longo caminho pela frente. Testes clínicos rigorosos são necessários para garantir a segurança e eficácia dessas novas abordagens, além de estratégias para torná-las acessíveis globalmente. “A cura do HIV precisa ser universal, não algo restrito a uma pequena parcela da população mundial”, salienta Lewin.
Por fim, a cientista reforça a necessidade de investimentos contínuos e colaboração internacional para alcançar uma cura definitiva. “Estamos mais perto do que nunca, mas é fundamental que o mundo continue comprometido em financiar e apoiar essa ciência.”
Quebrando o Estigma e Avançando na Luta Contra o HIV
O dia 1º de dezembro é um dia dedicado à conscientização sobre o HIV/AIDS, uma data importante para reforçar que a luta contra o vírus é de todos nós. Embora grandes avanços tenham sido alcançados nas últimas décadas, desafios importantes permanecem – tanto na prevenção da doença quanto no combate ao preconceito.
Estima-se que 38 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. No Brasil, mais de 920 mil pessoas vivem com HIV, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
Cerca de 59% dos novos casos são diagnosticados tardiamente, o que destaca a importância de campanhas de conscientização.
Neste Dia Mundial de Combate ao HIV/AIDS, vamos refletir sobre nosso papel nessa luta. Não é só sobre saúde pública; é sobre empatia, igualdade e esperança. Juntos, podemos construir um mundo livre de HIV e do preconceito que ainda o cerca.
Faça o teste. Proteja-se. Informe-se.
O combate ao HIV é uma responsabilidade coletiva!