Pesquisadores da Universidade Federal do Báltico Immanuel Kant, na Rússia, em parceria com instituições internacionais, fizeram uma descoberta inovadora que pode transformar a maneira como entendemos a longevidade. A equipe identificou alterações no DNA mitocondrial que reduzem erros durante a replicação genética, um processo essencial para a manutenção da saúde celular ao longo da vida.
O estudo, focado nos chamados “locais escorregadios” do DNA mitocondrial, revelou que mutações específicas em regiões-chave podem prevenir o acúmulo de erros responsáveis pelo envelhecimento celular, doenças musculoesqueléticas e condições neurológicas degenerativas.
Uma dessas variações genéticas foi encontrada em indivíduos pertencentes ao haplogrupo D4A, predominante em regiões como o Japão e a China, onde há registros de alta expectativa de vida. Segundo os cientistas, esse achado pode abrir caminho para o desenvolvimento de intervenções genéticas que favoreçam a longevidade.
A abordagem, que combina edição genética e terapias avançadas, é vista como promissora para combater o envelhecimento e prolongar a vida humana de forma saudável. De acordo com os autores do estudo, “essas modificações representam um passo importante na possibilidade de manipular geneticamente o DNA mitocondrial, algo até então considerado um grande desafio científico”.
Embora ainda em fases iniciais, a pesquisa reacendeu o debate ético sobre o uso da engenharia genética para fins de prolongamento da vida. Especialistas destacam a necessidade de um equilíbrio entre avanços científicos e implicações éticas, considerando os impactos potenciais em diversas esferas da sociedade.